
Sílabas altas
nas torres brancas
sussurra a fonte
do mouro tempo
serra prata, parte
outrora templo
som em voltas
diz ser deus
no horizonte
Monsaraz

Que cor tem a luz que luz
ocre sobre branco,
sol sobre céu,
o lilás dos dias parados?
Leve abismo sem cair,
Muros claros de pedra sobre pedra
enraizada ao sul.
Há crespos arbustos ressequidos de dentro deste sobre,
saindo para as calçadas,
como saem as viúvas enegrecidas,
lenço, vestido e sapato comendo a claridade.
À frente, estendida e verde,
fresca como gota de chuva na palma da mão,
a sombra de Monsaraz.
Do templo, arco, areia e cal,
e a única lembrança de nunca ter saído
do labirinto embriagador da memória.
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