segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Maré


Sol entrar,
desembarcar
da carne iluminada do dia,
dizer nada, dizer tudo.
A palavra anuncia,
é caminho onde navego
onde não quero, onde quero.
Bendita maré, onde cala
depois do cais, a alquimia.
Chegar, partir, ficar.
Velas, fantasmas de fronteiras,
rezas bandeiras doutra história.
Tens na imagem, púrpura e ousadia,
e o sonho que te liberta.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Contra ventos e marés



Cedo a travessia mostrou,
não existe cais,
existe o mar.

Mar e vento.
Não existe paz.
Há que conquistar marés,
acordos de tombadilho

Forças a carregar
a alma mais longe,
mar adentro, mar abaixo,
viver é preciso

Cedo o mar mostrou
memórias que matam.
Não existe alma gentil,
há terra longe.

Vale a pena o pássaro?
Ramo verde carregado pelo sal,
na boca ainda lembra,
existe o cais.